Bom diaa!:)
Gostaria de hoje compartilhar com vocês um texto que escrevi em forma de narração sobre uma paixão e um interesse;que destruiu com toda aquela.
A dama da janela azul
Uma casa aparentemente nova, moderna e com milhões de acabamentos. Porém, não era essa que me chamava atenção, o olhar ia mais fundo; o olhar tinha um quarto para chamar de seu. Reluzente como o mar em dia ensolarado,como reflexos do mais profundo oceano,assim era aquela Dona de belos cabelos negros.Seus traços eram como um quadro de perfeita simetria,parecia ser o alimento para a minha alma todas as manhãs.O nome dela não sei,as vezes até meu eu se perdia no infinito do pequeno quarto.
Os primeiros olhares se desviaram em torno das grandes janelas azuis, afinal só observava o verde esmeralda do seu lado lindo vestido de cetim. As auroras e anoiteceres passavam aos meus pobres olhos que pareciam falecer de amor. Mas em uma noite de lua cheia, a sorte parecia estar comigo. Como um mundo de possibilidades e algumas ilusões, eu vi os olhos de minha pequena, minha amada.
As visitas á casa começaram a ser mais frequentes, me enchia de versos e poemas se ela ousasse em falar comigo. Sua voz parecia estar cativa a um mundo que se chamava apenas, quarto.Quarto de sonhos,quarto de prisões e agora quarto de paixões.Digo certo a palavra paixão.Apenas um fogo que arde sem que ninguém perceba que está sendo queimado.E a paixão me consumiu.
Eu, José de Andrada, bom moço de família tradicional e respeitada,me apaixonei.Meus olhos verdes pareciam mais brilhantes,minha cor morena mais viva.Sim, a verdade precisava ser encarada .Afinal,todo luar parecia ter um tom especial em lua cheia,em coração apaixonado.Não me importava ser um quarto ou olhares que me faziam de um pequeno amante,precisava estar ali.Estar presente para lhe dar do mais puro sentimento,mas não bastou.
Os olhos da minha amada eram como espelhos d’água quando abria os lábios para falar em negócios. Quando o assunto era fazendas,jóias e flores,ela se interessava imediatamente.Mas,quando falava de assunto do coração,do meu pobre coração via apenas a rispidez de dois buracos profundos.Ela dizia precisa de mais gados,de mais jóias,de mais terras.Eu atendia aqueles pedidos de pronto,não podia perder aquela dama por nada.E meus campos verdes como esmeralda,foram se enchendo de bois,vacas.A minha casa, de diferentes perfumes para receber a Dona dos meus belos sonhos.Como um grande salto e mudança, a dama saiu da sua escondidinha janela azul e veio para ao meu lado,para a minha felicidade.
Lembro-me dos primeiros passos daquelas sapatilhas.Lembro-me do olhar daquela dama:profundo e misterioso.Mistério que precisava decifrar.Um enigma que aos poucos foi se revelando.Nos primeiros tempos ,fazia das tripas coração para ver um sorriso sair daqueles lábios rosados.Ela tinha tudo que precisava ao seu dispor.Era invejada por muitas.Suas roupas eram as melhores,seu cabelo sempre penteado.Porém,com o tempo parecia tudo amargo,sem forma,sem jeito.Um quarto escuro,sem forma,vazio era o retrato do meu coração.O enigma,era um olhar.Um olhar que pensava somente em riquezas,conforto e que nem sabia expressar a transparência da alma.Apenas uma desconhecida ao meu lado,uma desconhecida na minha vida.
Em uma tarde de desespero adentrei na biblioteca da casa.Uma biblioteca que era uma verdadeira relíquia deixada por gerações e gerações.Os livros estavam muito empoeirados,as paredes precisando de uma pintura nova,mas isso não me importava naquele momento.Era um momento de rever as pinturas e as cicatrizes da minha alma.Como um manancial ,as lágrimas caiam sobre o chão vermelho daquele local.Escondido,tinha vergonha.Vergonha de ser levado por olhares da janela azul e hoje, mal saber quem era.Como um veneno em meu sangue,a paixão me consumiu.Levando a perca o maior dos bens de um homem :o seu coração.
O tempo é rei,e hoje aquela Dona de lindos cabelos negros tem em seus longos cabelos fios alvos.Porém,continua com sua postura infalível de sempre querer mais,de sempre ser mais.Uma desconhecida que levou tudo o que eu tinha,tudo que pretendia.Doente de paixão,apenas vivia em uma grande casa com alguém ao meu lado.Como início dessa realidade faço-me a mesma pergunta:Quem era aquela dama da janela azul?
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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